Mulheres de negócio: conheça 4 perfis para se inspirar

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Quando falamos sobre mulheres empreendedoras não podemos deixar de mencionar o quão significativo é empreender e ser dona de um negócio em uma sociedade que ainda caminha de forma lenta na equidade dos direitos. Por isso, é importante trazermos inspirações de mulheres que, por meio do esforço e dedicação, conquistaram lugares que antes eram reservados somente ao público masculino. Com isso, abriram caminhos para outras mulheres e demonstram que ambos os sexos podem e têm competência para empreender e ter sucesso em qualquer lugar que possam estar.

Neste artigo trago para você alguns dados importantes em relação ao empreendedorismo feminino, além de te apresentar 4 mulheres que se destacam e são inspiração para qualquer pessoa que deseja alcançar seus sonhos em meio aos desafios que possam existir.

Mulheres de negócio

Conquistar a independência financeira e aumentar a renda está entre as principais causas do empreendedorismo feminino. Hoje, não mais como há alguns séculos, as mulheres querem e podem decidir por si mesmas traçarem seus caminhos e objetivos. Hoje, a mulher enxerga que tem autonomia sobre a sua vida e que a independência financeira é somente um dos aspectos que envolvem a luta pela igualdade e respeito de direitos essenciais para qualquer cidadão. Sendo válido ressaltar que somente entre os séculos 18 e 19 começaram a ocorrer movimentos que destacavam necessidades do público feminino frente a sociedade, como a luta pelo direito ao voto.

Para se ter uma ideia a Nova Zelândia tornou-se o primeiro país do mundo a permitir o voto feminino, em 1893. Já outras nações como o Brasil só começaram a reconhecer o direito do voto feminino apenas no século XX, um século atrás.

Com base nisso, ao analisarmos a importância da luta pela conquista dos direitos femininos é importante mostrarmos como as mulheres estão reconhecendo e continuando a buscar o lugar que as pertence. De acordo com análises realizadas pelo Sebrae, cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil e em 2018 elas já eram 34% dos “donos de negócio”.

Por isso, separamos neste artigo 4 referências de mulheres que são inspiração quando o assunto é empreendedorismo feminino. Continue a leitura para saber mais!

1. Luiza Trajano (Magazine Luiza)

Luiza Helena Trajano. Imagem: hsmuniversity

O propósito da empresa Magazine Luiza desde o seu início foi facilitar ao acesso de muitos, o que era privilégio de poucos. Com esse ideal, o casal de fundadores Luiza Trajano e Pelegrino Donato levaram os primeiros televisores para o interior do País. Esse objetivo continuou com Luiza Helena Trajano, sobrinha dos fundadores e um dos símbolos da empresa.

A sobrinha, Luiza Helena começou a ter contato com o varejo a partir de 12 anos de idade, nessa época a Magazine Luiza representava apenas uma pequena rede de família, localizada no interior do estado de São Paulo.

Com 18 anos, Luiza assumiu os negócios da família e sua visão empreendedora atraiu olhares quando, em 1992, implementou o conceito de lojas virtuais na empresa. Luiza criou uma loja virtual de eletrodomésticos em uma época, na qual a população não tinha quase nenhum acesso à internet. A partir disso, os clientes podiam ir até uma loja física e adquirir um produto que estivesse disponível virtualmente.

Através de Luiza, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, a rede tornou-se uma das maiores varejistas do Brasil, com cerca de 35 mil colaboradores espalhados por mais mil lojas, escritórios, tecnologia e centros de distribuição em vários estados do Brasil.

Por conta da sua trajetória e sucesso profissional, Luiza é frequentemente convidada a palestras e debates sobre o empreendedorismo.

2. Chieko Aoki (Blue Tree Hotels)

Chieko Aoki. Imagem: panrotas

Chieko Aoki é uma empresária japonesa naturalizada no Brasil. Chieko transformou seu empreendimento em uma das maiores redes hoteleiras do país. Ela abriu sua primeira empresa em 1992 e, cinco anos depois, fundou a rede Blue Tree Hotels.

Mesmo com experiência, Chieko enfrentou algumas dificuldades por ser uma mulher e por existirem mais homens do que mulheres trabalhado no ramo de hotelaria, mas isso não a intimidou. A empresa que iniciou com 20 funcionários, atualmente conta com mais de 2.300 colaboradores, e mais de 22 hotéis funcionando em diversas cidades do país.

Chieko é conhecida pela sua determinação e talento inovador em um ambiente que era dominado por homens. A partir dos caminhos trilhados por ela, como problemas de saúde de seu marido, John Aoki, e crises econômicas para superar, Chieko demonstra que é possível conquistar os objetivos pessoais e profissionais com coragem e foco.

Chieko Aoki também apresenta grande envolvimento no fortalecimento do empreendedorismo feminino, além de participar do Grupo Mulheres do Brasil.

3. Leila Velez e Zica Assis (Instituto Beleza Natural)

Zica Assis à esquerda e Leila Velez à direita. Imagem: istoedinheiro

Zica Assis teve uma infância com desafios, mas ela nunca deixou de ir atrás do seu sustento, começou a trabalhar muito nova, aos 9 anos de idade, como babá e empregada doméstica.

Aos 21 anos iniciou sua carreira em salões de beleza, ao fazer um curso de cabeleireira na comunidade onde ela morava, para entender, porque o seu cabelo era grosso, seco e volumoso. Ao fazer o curso, Zica se encontrou na profissão e viu que era exatamente aquilo que ela queria para a sua vida.

Devido a escassez de produtos para cabelos crespos, Zica observou uma necessidade no mercado e tornou-se pioneira na área. Ao unir-se, com sua amiga, Leila Velez, que era atendente de uma rede de lanchonetes, desenvolveu um produto específico para cabelos cacheados e, juntas, as amigas abriram o salão Beleza Natural. Na sua trajetória, Zica também teve o apoio de seu marido que entrou como o primeiro investidor do negócio.

Zica fundou o Instituto Beleza Natural e hoje a marca tem 28 anos de história e mais de 38 unidades distribuídas em todo o Brasil, dentre institutos e quiosques de produtos. E em 2018 a expansão internacional começou com a primeira abertura internacional da rede, em Nova Iorque.

Hoje, o Instituto de Beleza Natural é considerado a maior rede especializada em cabelos crespos e cacheados no Brasil.

4. Alcione Albanesi (FLC)

Alcione Albanesi. Imagem: revistapegn

Alcione Albanesi perpassou por várias áreas, mas o empreendedorismo nunca saiu dos seus projetos. Na adolescência trabalhou como modelo, mas logo depois viu que queria ser a dona da confecção. Ela aprendia com as costureiras como trabalhar com modelagem e aos 17 anos já possuía 80 funcionários na confecção da família.

Com 25 anos, observando a ascensão de lojistas em São Paulo, vendeu a confecção e abriu uma loja de materiais elétricos, iniciando-se em um mercado que era dominando por homens.

Ao longo da sua trajetória, após fazer uma viagem à China, Alcione trouxe consigo as primeiras lâmpadas econômicas para o Brasil. Em 1992, fundou a FLC (Fortune Light Corporation), marca que se tornaria líder de vendas de lâmpadas no Brasil, à frente das multinacionais.

Alcione realizou mais de 70 viagens ao país asiático procurando por inovação e eficiência. Hoje a FLC é especializada na venda das lâmpadas que substituíram as incandescentes no país.

Mas a história de Alcione não terminou ainda, a empreendedora e mãe de quatro filhos, vendeu, em 2014, 80% da sua empresa de lâmpadas, e fez um trato com a família que iria se dedicar totalmente ao seu projeto social chamado “Amigos do bem”.

A ONG “Amigos do bem” cresceu em paralelo com a empresa, em 1993. E hoje possui cerca 8 mil voluntários em São Paulo e nos locais de atendimento no Nordeste.

São por meio dessas histórias que vemos o poder da autoconfiança, da persistência e da visão empreendedora. Características que dialogam com o significado de empreender, ou seja, encontrar soluções diante de situações que poucas pessoas imaginariam encontrar, realizar projetos e transformar as oportunidades em negócios lucrativos e de sucesso.